A desparasitação é um processo essencial para eliminar vermes e parasitas do corpo, promovendo uma melhor saúde e qualidade de vida.
Existem duas abordagens principais para a desparasitação: a convencional, que utiliza medicamentos farmacêuticos de drogarias, e a natural, baseada no uso de ingredientes naturais e métodos holísticos.
Ambas têm características específicas, e entender suas diferenças pode ajudar a escolher a abordagem mais adequada.
Desparasitação Convencional (Medicamentos de Drogarias)
A desparasitação convencional utiliza medicamentos antiparasitários prescritos ou disponíveis em drogarias, geralmente em forma de comprimidos ou suspensões orais.
Características:
- Rápida ação: Os medicamentos matam os parasitas de forma eficaz em poucos dias.
- Foco específico: Cada medicamento é direcionado a poucos tipos específicos de parasitas, como vermes intestinais ou protozoários.
- Fácil acesso: Disponíveis em drogarias e amplamente utilizados em tratamentos médicos convencionais.
Limitações
- Ação limitada: Muitos medicamentos não eliminam completamente os ovos e larvas dos parasitas, podendo haver reinfecção.
- Efeitos colaterais: Náusea, diarreia, dores abdominais e reações alérgicas são comuns.
- Impacto na microbiota intestinal: Os medicamentos podem desequilibrar as bactérias benéficas do intestino, prejudicando a saúde intestinal.
- Resistência parasitária: O uso frequente pode levar à resistência dos parasitas, reduzindo a eficácia do tratamento.
Principais Medicamentos para Desparasitação Convencional
Albendazol
Nomes comerciais: Albel; Albentel; Zentel; Parasin
O albendazol é um remédio amplamente utilizado como vermífugo, pois é eficaz no combate à maioria das parasitoses intestinais, como Ascaridíase, Tricocefalíase, Enterobíase (oxiuríase), Ancilostomíase, Estrongiloidíase, Teníase e Giardíase. Sua atuação envolve a degeneração das estruturas celulares e teciduais dos vermes e protozoários, levando à perda da energia dos vermes, e posteriormente a morte e eliminação desses parasitas.
Modo de uso: geralmente, a dose recomendada para adultos e crianças acima de 2 anos é de 400 mg em dose única para tratar Ascaris lumbricoides. No entanto, em algumas situações, o médico pode indicar o uso por períodos mais longos, como 3 dias no caso de Estrongiloidíase e Teníase, ou até 5 dias para tratar Giardíase, por exemplo.
Efeitos colaterais mais frequentes: dor abdominal, cefaleia, tontura, náuseas, vômitos, diarreia, urticária e aumento nos níveis de determinadas enzimas hepáticas.
Nitazoxanida
Nomes Comerciais: Annita
Também conhecida pelo nome comercial Annita, este fármaco é um dos mais eficazes no tratamento de diversos tipos de vermes e protozoários. Sua ação ocorre por meio da inibição de enzimas essenciais para a sobrevivência dos parasitas, incluindo aqueles responsáveis por Enterobíase (oxiuríase), Ascaridíase, Estrongiloidíase, Ancilostomíase, Tricocefalíase, Teníase, Himenolepíase, Amebíase, Giardíase, Cripstosporidíase, Blastocitose, Balantidíase e Isosporíase.
Modo de uso: normalmente, a dose recomendada para adultos é de 500 mg a cada 12 horas, durante 3 dias. Para crianças acima de 1 ano, a dose é de 0,375 mL (7,5 mg) da solução oral por quilo de peso, administrada a cada 12 horas, por um período de 3 dias, conforme indicação do pediatra.
Efeitos adversos mais comuns: urina esverdeada, dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos, cefaleia, aumento nos níveis das enzimas hepáticas e anemia.
Ivermectina
Nomes Comerciais: Revectina
A Ivermectina, que ficou muito conhecida após a pandemia do Coronavírus, por supostamente (não apresenta evidências científicas) combater a COVID-19, é amplamente utilizada no tratamento de parasitas que causam Estrongiloidíase, Oncocercose, Filariose, Escabiose (Sarna humana) e Pediculose (infestação por piolhos). Sua ação consiste em alterar as estruturas celulares dos músculos e do sistema nervoso dos parasitas, levando à sua eliminação.
Modo de uso: a dose indicada geralmente é de 200 mcg por quilo de peso corporal, administrada em dose única, ou conforme orientação médica, sendo indicada para adultos e crianças com peso acima de 15 kg.
Efeitos adversos mais frequentes: diarreia, náuseas, vômitos, fraqueza, dor abdominal, perda de apetite, constipação, tontura, sonolência, tremores e urticária.
Mebendazol
Nomes comerciais: Pantelmin; Helmilab; Belmirax; Menbel; Necamin; Mentelmin
O mebendazol é um medicamento indicado para o tratamento de diversas infecções causadas por vermes. Ele age comprometendo as funções celulares responsáveis pela produção de energia dos parasitas, levando à morte de vermes que provocam doenças como Enterobíase (oxiuríase), Ascaridíase, Tricocefalíase, Equinococose, Ancilostomíase e Teníase.
Modo de uso: de acordo com a bula, a dose recomendada é de 100 mg duas vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos, podendo ser ajustada conforme orientação médica, para adultos e crianças com mais de 2 anos de idade.
Efeitos colaterais mais frequentes: cefaleia, tontura, queda de cabelo, desconforto abdominal, febre, erupções cutâneas, alterações nas células do sangue e aumento nos níveis das enzimas hepáticas.
Metronidazol
Nomes Comerciais: Flagyl; Meflagin; Metrobacte; Giardicid
O metronidazol é um antibiótico eficaz no combate a diversas bactérias, mas destaca-se por sua ação contra protozoários que provocam doenças intestinais, como Amebíase e Giardíase. Ele atua interferindo no DNA de bactérias e protozoários, levando à sua eliminação. Além disso, é amplamente utilizado no tratamento de outras infecções causadas por protozoários, como vaginites provocadas por Gardnerella vaginalis e Tricomoníase.
Modo de uso: para o tratamento de Giardíase, a dose recomendada é de 250 mg, três vezes ao dia, durante 5 dias. Já para Amebíase, a indicação é de 500 mg, quatro vezes ao dia, por um período de 5 a 10 dias, conforme orientação médica.
Efeitos adversos mais comuns: dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, inflamação na mucosa oral, alteração no paladar com gosto metálico, tontura, cefaleia e urticária.
Secnidazol
Nomes Comerciais: Secnidal; Secnimax; Unigyn
O secnidazol é um medicamento que atua ao interferir no DNA dos protozoários, resultando na eliminação desses organismos. É amplamente utilizado no tratamento de infecções como Amebíase e Giardíase.
Modo de uso: a dose recomendada é de 30 mg por quilograma de peso corporal, administrada em dose única, com um limite máximo de 2 g, para tratar amebíase intestinal ou giardíase. Para casos de amebíase hepática, a duração do tratamento pode variar entre 5 e 7 dias, seguindo as orientações médicas. O medicamento deve ser ingerido com um pouco de líquido, preferencialmente após o jantar.
Efeitos adversos mais frequentes: náuseas, dores abdominais, alteração no paladar com sensação de gosto metálico, inflamação na língua e na mucosa oral, redução na contagem de glóbulos brancos no sangue e tontura.